Um novo maluco chega ao Hospital Psiquiátrico. Ele se apresenta e afirma ser o Imperador Napoleão. Os médicos ficam preocupados, pois há um outro maluco por lá que também acha que é Napoleão.
Uma junta médica é formada e os profissionais da loucura, ou melhor, profissionais dos distúrbios psico-emocionais discutem a possibilidade de colocar os dois malucos, os Napoleões, num mesmo quarto. Talvez esse encontro inusitado sirva para fazê-los tornar à realidade. Mas há o risco, também, de eles se estranharem e ficarem violentos. Aí o tratamento ficaria mais difícil. A junta avalia os prós e os contras e decide: os dois ficam no mesmo quarto. Enfermeiros especialmente advertidos para a situação ficam de plantão para qualquer eventualidade. Os médicos apresentam os Napoleões um ao outro e os dois são encaminhados ao quarto. Os enfermeiros ficam de prontidão.
Chega a noite. Calma total.
Na manhã seguinte, os médicos chamam os malucos para uma avaliação.
O Napoleão mais antigo é o primeiro a ser entrevistado e afirma convicto:
- Doutor - fala o maluco com um indisfarçável ar de felicidade no rosto - , durante todo esse tempo eu achava que era Napoleão. Estava errado, doutor. Aquela minha ilusão ou delírio foi embora desde o momento em que os senhores me apresentaram ao verdadeiro Napoleão. Finalmente agora sei quem eu sou.
A linha de raciocínio do maluco deixa os médicos impressionados com a rápida evolução do caso. Aí um dos médicos pergunta:
- Muito bem. Mas quem é você?
- Ah, doutor. (Suspiro profundo.) Estou muito feliz. Agora sei que sou a Josefina.